Monday, September 26, 2005

Informações Provenientes da WEB Sobre o Referendo Do Mês Próximo.

Para Análise:

Uma apologia ao sim. E ao final notas curtas de diversos personagens.

10 razões para votar SIM



O Brasil é o país do mundo com o maior número de pessoas mortas por armas de fogo. Em
2003 foram 108 mortes por dia, quase 40 mil no ano! [Datasus, 2003] Arma de fogo é a
primeira causa de morte de homens jovens no Brasil! Mata mais que acidentes de
trânsito, AIDS ou qualquer outra doença ou causa externa. [Datasus, 2003]

1- Existem armas demais neste país.
Estima-se que o número total de armas em circulação no Brasil seja de 17,5 milhões
[Iser-Small Arms Survey, 2005]. Apenas 10% dessas armas pertencem ao Estado (forças
armadas e polícias), o resto, ou seja, 90%, estão em mãos civis. Está na hora deste
país se desarmar!

2- Armas foram feitas para matar.
No Brasil, 63,9% dos homicídios são cometidos por arma de fogo, enquanto 19,8% são
causados por arma branca [Datasus, 2002]. Por quê? Porque armas de fogo matam com
eficácia e sem nenhum risco para o agressor. Diante de uma faca, você corre, grita,
chuta. A chance de morrer em uma agressão com arma de fogo é muito maior: de cada 4
feridos nos casos de agressões por arma de fogo, 3 morrem. [Datasus, 2002] As
tentativas de suicídio com arma de fogo também são mais eficazes: 85% dos casos
acabam em morte. [Annals of Emergency Medicine, 1998].

3- Ter armas em casa aumenta o risco, não a proteção.
Usar armas em legítima defesa só dá certo no cinema. Segundo o FBI [FBI, 2001], “para
cada sucesso no uso defensivo de arma de fogo em homicídio justificável, houve 185
mortes com arma de fogo em homicídios, suicídios ou acidentes”. As armas em casa se
voltam contra a própria família. Os pais guardam armas para defender suas famílias,
mas os próprios filhos acabam por encontrá-las, provocando-se, assim, trágicos
acidentes. No Brasil, duas crianças (entre 0 e 14 anos) são feridas por tiros
acidentais todos os dias. [Datasus, 2002].

4- A presença de uma arma pode transformar qualquer cidadão em criminoso.
Armas de fogo transformam desavenças banais em tragédias irreversíveis. Em São Paulo,
segundo a Divisão de Homicídios da Policia Civil [DHPP-SP 2004], o primeiro motivo
para homicídios é “vingança” entre pessoas que se conhecem e que não possuem nenhum
vínculo com o tráfico de drogas ou outras atividades criminosas. Para se ter uma
idéia, em São Paulo, as vítimas de latrocínio – matar para roubar – correspondem a
menos de 5% das vítimas de homicídio. [Secretaria de Segurança Pública - SP 2004]

5- Quando existe uma arma dentro de casa, a mulher corre muito mais risco de levar um
tiro do que o ladrão.
Nas capitais brasileiras, 44% dos homicídios de mulheres são cometidos com arma de
fogo [Datasus, 2002]. Dois terços dos casos de violência contra a mulher têm como
autor o próprio marido ou companheiro. [Datasenado, 2005]. De acordo com dados do
FBI, relativos a 1998, para cada vez que uma mulher usou uma arma em legítima defesa,
101 vezes esta arma foi usada contra ela.

6 - Em caso de assalto à mão armada, quem reage com arma de fogo corre mais risco de
morrer.
É um mito considerar que com uma arma o cidadão está mais protegido. Na maioria dos
assaltos, mesmo pessoas treinadas não têm tempo de reagir e sacar sua arma. Quando o
cidadão reage, ele corre mais risco de se ferir ou ser morto. Uma pesquisa realizada
no estado do Rio de Janeiro mostra que: “a chance de morrer numa reação armada a
roubo é 180 vezes maior de que morrer quando não há reação. A chance de ficar ferido
é 57 vezes maior do que quando não há reação.” [Iser, 1999]

7- Controlar as armas legais ajuda na luta contra o crime.
A - O mercado legal abastece o ilegal. Para se ter uma idéia, 80% das armas
apreendidas pela policia do Rio de Janeiro (de 1993 a 2003) são armas curtas e 76 %
são brasileiras; 30% delas tinham registro legal [DFAE, 2003]. As armas que mais
matam no Brasil são brasileiras, principalmente os revólveres 38 produzidos pela
Taurus.
B - As armas compradas legalmente correm o risco de cair nas mãos erradas, através de
roubo, perda ou revenda. Só no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança
Pública, entre 1993 e 2000, foram roubadas, furtadas ou perdidas 100.146 armas
(14.306 por ano). Ou seja: bandidos não compram armas em lojas, mas são as armas
compradas em lojas que vão parar nas mãos dos criminosos.

8- “O Estatuto do Desarmamento é uma lei que desarma o bandido.”
A maioria dos artigos do Estatuto do Desarmamento (lei n° 10.826, 22/12/2003) dá
meios à policia para aprimorar o combate ao tráfico ilícito de armas e para desarmar
os bandidos. Ele estabelece a integração entre a base de dados da Policia Federal,
sobre armas apreendidas, e a do Exército, sobre produção e exportação. Agora as armas
encontradas nas mãos de bandidos podem ser rastreadas e as rotas do tráfico
desmontadas. Pela nova lei, todas as novas armas serão marcadas na fábrica, o que
ajudará a elucidar crimes e investigar as fontes do contrabando. Para evitar e
reprimir desvios dos arsenais das forças de segurança pública, todas as munições
vendidas para elas também vão ser marcadas. A implementação do Estatuto em sua
totalidade é um dos principais instrumentos de que dispõe hoje a sociedade brasileira
para desarmar os bandidos.

9 - Controlar as armas salva vidas
As leis de controle de armas ajudam a diminuir os riscos para todos. Na Austrália, 5
anos depois de uma lei que praticamente proibiu a venda de armas de fogo, a taxa de
homicídios por arma de fogo caiu 50%. Entre as mulheres, a diminuição foi de 57%
[Australian Institute of Criminology, 2003]. Um estudo da Unesco, publicado em 2005,
mostra que Austrália, Inglaterra e Japão, onde as armas são proibidas, estão entre os
países do mundo onde MENOS se mata com arma de fogo, enquanto os Estados Unidos, um
dos países mais liberais com as armas, aparecem em 8º lugar, entre os países mais
violentos do mundo. No Brasil, comparando-se os sete primeiros meses de 2004 com os
sete primeiros meses de vigência da Campanha de Desarmamento - agosto de 2004 a
fevereiro de 2005 - um estudo do Ministério da Saúde mostrou que o índice de redução
de internações por lesões com arma de fogo no Rio de Janeiro foi de 10,5% e, em São
Paulo, de 7%.

10 - Desarmamento é o primeiro passo
A proibição do comércio de armas de fogo e munição, isoladamente, não é capaz de
solucionar o problema da criminalidade. Mas é um passo fundamental em direção a uma
sociedade mais segura. Temos que continuar trabalhando por pactos internacionais pelo
desarmamento, por melhorias no sistema de justiça e nas policias e claro, pela
redução da desigualdade social em nosso país. Mas para isso é preciso dar o primeiro
passo: no dia 23 de outubro vai acontecer o primeiro referendo da história do Brasil.
É nossa oportunidade de mostrar em que tipo de sociedade queremos viver.A vitória do
SIM pode ser o início de uma nova história, o começo da “virada de página” na questão
da (in)segurança no Brasil!

Pela primeira vez está nas nossas mãos o poder de fazer alguma coisa pelo nosso bem
mais importante: a vida! Não percamos esta oportunidade deixando tudo como está. Em
23 de outubro diga sim à vida. Vote pelo desarmamento!


Veja a versão sintetizada do livro "Armas de fogo: proteção ou risco?", de Antonio
Rangel Bandeira e Josephine Bourgois, da qual foram excluídos os gráficos, tabelas e
mapas para tornar o livro mais leve e acessível na Internet. A versão completa do
livro está a venda, por apenas R$ 10 nas bancas de jornal e livrarias do país.




Grupos.com.brReflexões sobre o desarmamento...

Jordi Camerón i Vinaixa
"Todas las dictaduras quitan las armas a sus ciudadanos para defenderse
de ellos. Ninguna democracia se atreverá a devolverlas. No es una simple
frase. Es la historia de España"

Ted Nugent
Cantor e Guitarrista Americano
"Se as armas matam, então todas as minhas estão com defeito"

Álvaro Lins
Chefe de Polícia Civil (do estado do Rio de Janeiro)
"Em casos de assalto, a tendência dos ladrões é fugir quando a vítima
reage".

Delegado Aristóteles Jorge Bridi
Divisão de Armas, Munições e Explosivos da Polícia Civil
"Eu emitia de 10 a 12 mil portes de arma por ano antes de 1997. Dentre
as pessoas que recebiam a autorização, pouquíssimas se envolviam em
delitos - em 10 anos, não devo ter cassado 20 autorizações. A partir de
1997, houve uma redução no comércio e no fornecimento de porte em mais
de 90%. Neste período, houve um aumento considerável nos delitos com
arma curta"

Fonte: Zero Hora, 28/11/2003

Desembargador Luiz Eduardo Rabello - 2003
Ao derrubar o aumento de 200% sobre as Armas de Fogo no RJ:
"Somente a estes (cidadãos honestos) se destina a presente lei já que,
por razões óbvias, criminoso não adquire arma em estabelecimento
comercial aberto ao público"

João Ubaldo Ribeiro - 2003
"E não duvido nada que, se o cidadão tiver em casa um revólver, mesmo
que não dê um tiro no assaltante, seja preso e processado
inafiançavelmente, enquanto o assaltante, réu primário, servirá pena de
dois anos em regime semi-aberto."

Gilberto Simões Pires - 2003
"Quer proibir a venda de armas, quando deveria estimular o uso e o
manejo, para que o povo pudesse melhor se defender. Principalmente
porque a segurança pública é deficiente, incompetente ou corrompida."

Dedicatória do livro: Reaja! Prepare-se para o confronto - 2001
"Dedicamos este trabalho a todo o cidadão de bem que não se rende e luta
contra a sordidez do crime"

Flávio Bierrembach
Ministro do Superior Tribunal Militar - 2003
“Desarmar as vítimas é dar segurança aos facínoras.”

Deputado Coronel Ubiratan - 2003
"Bandido não respeita discurso, bandido não respeita programa: vamos
desarmar São Paulo, vamos fazer isso, campanha pela Paz, campanha
daquilo. Bandido, como disse, só respeita força maior do que a dele."

Romeu Ferreira
Coronel do Exército - 2003
"A falta de respeito à polícia está na quantidade de armamento que eles
possuem. Ao invés de se fazer campanhas para o desarmamento da
população, o governo poderia investir no desarmamento do bandido''.

Abílio Diniz
Presidente do Grupo Pão de Açúcar - 2003
"A violência lá na região da minha empresa acabou. Não sei se é porque
atiramos primeiro e perguntamos depois"

Denise Frossard
Juíza de Direito - 2002
"Podem acreditar que essa coisa de penas severas e apreensão de armas
legais está chegando ao criminoso com ares de comédia."

Geraldo G. Tomanik
Presidente da ABAR
"Eu durmo com a minha arma embaixo do travesseiro porque, em cima,
machuca minha orelha..."

LUCAS - Capítulo XXII versículos 35 ao 50
35: E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas,
faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. 36:
Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também
o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a; 37:
Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está
escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de
mim terá cumprimento. 38: E eles disseram: Senhor, eis aqui duas
espadas. E ele lhes disse: Basta. 39: E, saindo, foi, como costumava,
para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. 40:
E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em
tentação. 41: E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se
de joelhos, orava, 42: Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este
cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. 43: E
apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. 44: E, posto em agonia,
orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de
sangue, que corriam até ao chão. 45: E, levantando-se da oração, veio
para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza. 46: E
disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não
entreis em tentação. 47: E, estando ele ainda a falar, surgiu uma
multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela, e
chegou-se a Jesus para o beijar. 48: E Jesus lhe disse: Judas, com um
beijo trais o Filho do homem? 49: E, vendo os que estavam com ele o que
ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? 50: E um deles
feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita.

Thucydides, 450 A.C., em 'História da Guerra da Peloponésia':
"Como homens práticos, vocês sabem e nós sabemos, que a questão da
justiça surge somente entre partes de igual força, e que o forte faz o
que pode, e o fraco sofre o que deve."
[Thucydides, History of the Poloponnesian War (trad. Benjamin Jowett)]

Platão, 388-362 A.C., em 'República' falando como Sócrates:
"Então, certamente, o povo aprenderá que tipo de criatura ele criou e
nutriu até grandeza no seu peito, até que agora a criança é muito forte
para ser expulsa.
Você quer dizer que o déspota ousará colocar a mão nesse seu pai e
baterá nele se ele resistir?
Sim, quando ele o tiver desarmado. "
[Plato, Republic 295 (trad. E. Cornford 1946)]

Aristóteles, 350 A.C., em 'Constituição Ateniense':
"Vencendo a batalha de Pallenis, ele [Peisistratus] tomou o governo e
desarmou o povo; e agora ele detinha a tirania firmemente, e ele tomou
Naxos e nomeou Lygdamis soberano. A maneira pela qual ele desarmou o
povo foi esta: ele realizou uma assembléia, mas ele baixou sua voz um
pouco, e quando eles disseram que não podiam ouvi-lo, ele disse a eles
que viessem para o átrio do Acrópolis, para que sua voz melhor
propagasse; e enquanto ele tomava tempo fazendo um discurso, os homens
destacados para esta função recolheram as armas, trancaram-nas nos
prédios vizinhos ao Templo de Teseus, e vieram e informaram Peisistratus."
[Aristotle, Athenian Constitution 47n.b. (trad. H. Rackham 1935)]

Marcus Tullius Cicero, 63 A.C., filósofo e estadista romano, em defesa
de Titus Annius Milo:
"E certamente, senhores, existe uma lei, escrita em lugar nenhum porém
inerente aos nossos corações; uma lei que nos vem não por treinamento ou
costume ou leitura mas por derivação e absorção e adoção da própria
natureza; uma lei que veio a nós não da teoria mas da prática, não da
instrução mas da intuição natural. Me refiro a lei que declara que, se
nossas vidas são postas em perigo por intrigas ou violência ou ladrões
armados ou inimigos, qualquer e todo método de proteção nossa é
moralmente correto. Quando armas as reduzem ao silêncio, as leis não
mais exigem que alguém aguarde seus pronunciamentos. Pois pessoas que
decidem aguardar por estes terão de aguardar a justiça também-- e
enquanto isso, eles deverão sofrer injustiça primeiro. De fato, mesmo a
sabedoria da própria lei, por um tipo de implicação tácita, permite a
defesa pessoal, porque ela na verdade não proíbe que homens matem; o que
ela faz, ao invés, é proibir o porte de uma arma com a intenção de
matar. Quando, portanto, uma inquisição passa além da mera questão da
arma e começa a considerar o motivo, um homem que tenha usado armas em
defesa própria não é visto como as tendo portado com uma intenção homicida."
[Cicero, Selected Political Speeches 79-81, (trad. M. Grant 1969)]

Horácio, 42 A.C., após luta ao lado de Brutus em Philippi:
"Mas minha pena jamais irá golpear sem uma provocação ninguém na terra,
pois ela me protege como uma espada mantida na bainha. Porque devo eu
jamais sacá-la se nenhum criminoso me ataca? Júpiter, Pai e Rei, que
minha arma possa permanecer sem uso e pereça da ferrugem, e ninguém me
fira."
[II Sat. I, 39 ff., em Horace, Satires and Epistles 24-25 (trad. J.
Fuchs 1944)]

Cornelius Tacitus, 116 D.C., historiador romano em 'Os Anais da Roma
Imperial':
"Quanto mais corrupto um governo, maior o número de leis".
[Tacitus: The Annals of Imperial Rome (trad. M. Grant 1956)]

Niccolò Machiavelli, 1531, em 'Discursos sobre os Dez Primeiros Livros
de Titus Livy':
"Se uma cidade é armada e disciplinada como Roma era, e todos os seus
cidadãos, igualmente em ofício privado e público, tem a chance de pôr do
mesmo modo sua virtude e o poder do destino à prova da experiência, será
constatado que sempre e em todas as circunstâncias eles serão da mesma
opinião e manterão sua dignidade da mesma maneira. Mas, quando eles não
estão familiarizados com armas e meramente acreditam no capricho do
destino, não na sua própria virtude, eles mudarão com as mudanças do
destino..."
[Machiavelli, Discourses 492 (trad. L. Walker 1970)]

Niccolò Machiavelli, 1532, em 'O Principe':
"As principais fundações de todo estado, estados novos assim como os
antigos ou compostos, são boas leis e boas armas; e porque você não pode
ter boas leis sem boas armas, e aonde há boas armas, boas leis
inevitavelmente seguem, eu não deverei discutir leis mas sim dar minha
atenção às armas."[pg 77]

" [U]ma república que tem seus próprios cidadãos armados se submete
menos facilmente a soberania de um de seus cidadãos do que uma república
armada por forças estrangeiras."
" Roma e Esparta foram por muitos séculos bem armadas e livres. Os
suiços são bem armados e apreciam grande liberdade." [ pg 79]

"Você está condenado ao infortúnio se você estiver desarmado porque,
entre outras razões, pessoas o desprezarão [...]. Simplesmente não há
comparação entre um homem que está armado e um que não está. É
irracional esperar que um homem armado deva obedecer um que esteja
desarmado, ou que um homem desarmado deva permanecer salvo e seguro
quando seus servidores estiverem armados." [pg 88]

" Agora, nenhum príncipe novo jamais desarmou seus súditos; mais
propriamente, quando ele os encontrou desarmados ele sempre deu armas à
eles. Isto é porque armando seus súditos você se arma; aqueles que eram
suspeitos se tornam leais, e aqueles que eram leais não só permanecem
assim mas também se transformam de meros súditos pra partidários."[pg 114]

"Mas assim que você desarma seus súditos você começa a ofendê-los,
mostrando por covardice ou suspeita que você não confia neles; e por
cada motivo ódio é incitado contra você." [pg 115]
[Niccolò Machiavelli, The Prince (trad. G. Bull 1961)]

Edward Coke, 1628, em 'Institutos das Leis da Inglaterra':
"E ainda em alguns casos um homem não só deve usar força e armas, mas
também reunir companhia. Como qualquer um pode reunir seus amigos e
vizinhos, pra proteger sua casa contra aqueles que vem para roubá-lo, ou
matá-lo, ou oferecer-lhe violência dentro de casa, e é por construção
isentado deste Ato; pois a casa de um homem é seu Castelo, e domus sua
cuique est tutissimum refugim [a casa de alguém é seu último refúgio];
pois onde deve um homem estar seguro, se não na sua casa. E neste
sentido é verdadeiramente dito:
Armaque in Armatos sumere jura sinut [as leis permitem tomada de armas
contra pessoas armadas]."
[E. Coke, Third Institute 161-162]

Thomas Hobbes, 1651, em 'Leviatã':
"Um homem não pode abandonar o direito de resistir àqueles, que o atacam
com força, para lhe retirar a vida..." [pg 89]

"Uma cláusula para não me defender de força, por força, é sempre
inválida." [pg 95]
[T. Hobbes, Leviathan (1964)]

John Locke, 1689, em 'Segundo Tratado sobre Governo Civil":
"[...] sendo razoável e justo eu devo ter o direito de destruir aquele
que me ameaça com destruição." [pg 14]

"Pois abandonando a razão, que é a regra dada entre homem e homem, e
usando a força, a maneira das bestas, ele se torna sujeito a ser
destruído por aquele contra quem ele usa força, como qualquer voraz
besta selvagem que é perigosa a sua pessoa." [pg 153-154]
[J. Locke, Second Treatise of Civil Government (Chicago 1955)]

Andrew Fletcher, 1703, 'whig' escocês e autor de 'Um Discurso de Governo
em Relação às Milícias':
"A posse de armas é a distinção entre um homem livre e um escravo.
Aquele que não tem nada, e pertence a outro, deve ser defendido por ele,
e não precisa ter armas: mas ele que pensa ser seu próprio mestre, e tem
qualquer coisa que considera sua, precisa ter armas pra se defender e
defender o que possui, ou então ele vive precariamente e sob restrição."
[A. Fletcher, Political Works 221 (1749)]

William Blackstone, 1760, em 'Comentários sobre as Leis da Inglaterra':
"Mas em vão seriam esses direitos declarados, determinados, e protegidos
pela letra morta das leis, se a constituição não tivesse provido outro
método de assegurar seu efetivo aproveitamento. Ela, então, estabeleceu
certos outros direitos auxíliares dos súditos que servem principalmente
como fortificação ou barreira, para proteger e manter invioláveis os
três grandes e básicos direitos, da segurança pessoal, liberdade
pessoal, e propriedade privada."
[I Blackstone, Commentaries 140-141, n.41 (St. Geo. Tucker ed 1803)]

Cesare Beccaria, 1764, em 'Dos Delitos e das Penas':
"Falsa é a idéia de utilidade que sacrifica mil reais vantagens por uma
imaginária ou frivola inconveniência; aquela tomaria fogo dos homens
porque ele queima, e água porque alguém pode se afogar nela; aquela não
tem remédio para os males, exceto destruição. As leis que proíbem o
porte de armas são leis de tal natureza. Elas desarmam somente aqueles
que não estão nem dispostos nem determinados a cometer crimes. Pode se
supor que aqueles que tem a coragem de violar as mais sagradas leis da
humanidade, as mais importantes do código, irão respeitar as menos
importantes e arbitrárias, que podem ser violadas com facilidade e
impunidade, e que, se obedecidas estritamente, colocariam um fim na
liberdade pessoal-- tão querida pelos homens, tão querida pelos
iluminados legisladores-- e sujeitariam o inocente a todos os tormentos
que somente os culpados devem sofrer? Tais leis pioram a situação dos
agredidos e melhoram a dos agressores; elas servem antes para encorajar
do que para prevenir homicídios, pois um homem desarmado pode ser
atacado com maior confidência do que um homem armado. Elas devem ser
designadas como leis não preventivas mas receosas de crimes, produzidas
pela tumultuada impressão de alguns fatos isolados, e não pela refletida
consideração das inconveniências e vantagens de uma lei universal."
(Thomas Jefferson traduziu e copiou este trecho para a sua coleção
pessoal de grandes citações)
[Beccaria, On Crimes and Punishments 87-88 (trad. H. Paolucci 1963)]

Thomas Paine, 1775, em 'Pensamentos sobre Guerra Defensiva':
"A suposta tranqüilidade de um bom homem atrai o rufião; enquanto por
outro lado, as armas como as leis desencorajam e mantém o invasor e o
saqueador intimidados, e preservam ordem no mundo, assim como
propriedade. O balanço do poder é a escala da paz. O mesmo balanço seria
preservado estivesse o mundo destituído de armas, pois todos seriam
semelhantes; mas já que alguns não irão, que outros não ousem
abandoná-las [...]. Terrível dano resultaria fosse uma metade do mundo
privada do uso delas; [...] o fraco será uma presa do forte."
[I Writings of Thomas Paine 56 (Conway ed 1894)]

Thomas Jefferson, 1776, proposta para a 'Constituição de Virginia':
"Nenhum homem livre deve ser privado do uso de armas."
[I T. Jefferson, Papers 334 (J. Boyd ed 1950)]

Thomas Jefferson, 1787, em carta para William Smith:
"E qual país pode preservar suas liberdades, se seus governantes não são
avisados de tempos em tempos que o povo preserva o espírito de
resistência? A árvore da liberdade deve ser revigorada de tempos em
tempos com o sangue de patriotas e tiranos."
[em carta para William Smith, Jefferson, On Democracy 20, S. Padover,
ed. 1939]

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