Wednesday, September 07, 2005

Elocubrações Da violência que Persiste Serenamente Cruel.

Elocubrações Da violência que Persiste Serenamente Cruel.

Neste texto demonstrações de manipulação de informações em favor do governo,...
A população menos favorecida economicamente é a mão de obra das guerras.
Os governos mundias , sobretudo as potências, jogam com a vida como se tudo não passase de um jogo.

Para analise.

Fabiano Oliveira.


Mortos como armas
Newton Carlos

Bush foi inusitado. Ele raramente se referia ao número de soldados americanos mortos no Iraque e nas poucas vezes em que tocou no assunto o fez de modo vago, meio desconversa. Mas agora foi preciso, citou o total, como parte de uma nova estratégia.Sob pressão para que pelo menos estabeleça um calendário de retirada das tropas, diz não e usa as baixas como argumento. "Completar a missão é dívida que contraímos com os que deram suas vidas", afirmou em discurso na provinciana Salt Lake City, diante de "veteranos de guerras estrangeiras".Morrem muitos soldados americanos no Iraque, mas não se vêem fotos ou imagens de televisão registrando as chegadas dos corpos nos Estados Unidos.Uma colunista do "New York Times" falou disso em meio a indícios de que volta a circular a "síndrome vietnamita".As cerimônias de recepção de mortos estiveram entre os fatores de maior desgaste do governo americano na guerra do Vietnã e por isso o Pentágono achou melhor proibir que jornalistas cobrissem atos fúnebres nas bases de Ramstein, na Alemanha, e Dover, em Delaware, território americano.Partiram da própria Casa Branca, segundo o "Washington Post", as ordens de controle (ou censura) da presença de fotógrafos e câmeras de TV nas cerimônias, em bases militares dos Estados Unidos, de homenagem a mortos no Iraque. Medida que tem a ver com as preocupações de perdas de pontos que parecem tornar-se mais agudas a cada pesquisa de opinião pública.Há casos, envolvendo sobretudo imigrantes, em que os atos formais são até dispensados.Aconteceu com um peruano que obteve cidadania americana pouco antes de ir para o Iraque.Morreu na região de Tikrit.Esse blecaute não é a única relação penosa de Bush com antecedentes vietnamitas. Christian G. Appy, autor de "Patriots", uma recontagem da tragédia do Vietnã feita por gente que esteve por dentro, tem um outro livro intitulado "Working-Class War". Traça o formato social dos que combateram no Vietnã, uma guerra travada sobretudo pela "working-class", a dos trabalhadores, os "our boys" de extração operária. As castas de privilegiados conseguiam escapar.Bush, com pretensões a "top gun", refugiou-se na Guarda Nacional do Texas.Como o alistamento obrigatório acabou nos Estados Unidos, em conseqüência do Vietnã, hoje o Exército americano é de profissionais, o que acentua a presença de gente de classes menos favorecidas. Há um curta-metragem sobre o peso do Vietnã em cima dos mais pobres, e que pode aplicar-se ao Iraque, intitulado "Fortunate son" ou filho afortunado. Bush é um deles e dos mais bem aquinhoados, como mostra o livro "Shrub". Pequeno arbusto em inglês.Ou "small bush", o pequeno Bush. Cita como o ponto alto do presidente a sua habilidade em amealhar dólares.O curta inspirou-se na canção do mesmo nome do grupo de roque "Creedence Clearwater Revival". Fala dos "filhos afortunados que conseguiram escapar dessa guerra suja". Greg Wilcox, o realizador, lembra que eram 24 os jovens americanos que nasceram no mesmo dia de Bush (seis de julho de 1946) e no Vietnã "viram o último raio de sol e deram o último suspiro".Newton Carlos é jornalista especializado em política internacional.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home