Friday, February 17, 2006

TV Digital: um debate que também interessa ao setor cultural

TV Digital: um debate que também interessa ao setor cultural
15/02/2006 - André Fonseca - Cultura e Mercadoi

A implantação da TV Digital no Brasil vem sendo há alguns meses um dos
assuntos mais debatidos pela mídia (especialmente a independente) e por
diversos setores da sociedade. Boa parte da discussão tem sido centrada
na escolha do padrão tecnológico que será utilizado e provavelmente a
maior parte da sociedade brasileira que já ouviu falar sobre o assunto
imagina que a TV Digital significará apenas uma melhoria na qualidade
de imagem e som dos televisores de suas casas, sem ter conhecimento das
mudanças profundas que esse sistema poderá representar para o cotidiano
dos brasileiros.

Os pontos mais importantes e urgentes desse debate são outros, e estão
relacionados com questões como a democratização da comunicação, a
difusão da diversidade cultural brasileira, o desenvolvimento da
indústria nacional (e não somente a audiovisual), o acesso à informação
e educação, a inclusão digital e a garantia de direitos fundamentais
que estão previstos na nossa Constituição.

Alguns poucos dados revelam o quadro atual de monopólio na televisão
brasileira: apenas duas emissoras de TV concentram cerca de 77% da
audiência, e apenas seis redes privadas, através de 138 grupos
afiliados, controlam 668 veículos de mídia, entre TVs, rádios e
jornais.

O significado de toda a discussão ganha ainda mais relevância se
considerarmos que a televisão é o meio de comunicação mais presente e
influente no Brasil, e pensarmos no potencial interativo que a TV
Digital representa. Através desse sistema, todo brasileiro com
televisão em casa (87,7% dos domicílios no Brasil, segundo pesquisa de
2002 feita pelo Epcom) poderia ter acesso a serviços educacionais,
conta de email, acesso à Internet, declaração de imposto de renda,
transações bancárias e comerciais, extrato do fundo de garantia,
votação...citando apenas algumas possibilidades.

Outra característica de suma importância da TV Digital que vem sendo
pouco debatida é a multiprogramação. O sistema permite que no mesmo
espaço onde hoje se transmite um único canal, sejam inseridos quatro
novos canais. Ao final do processo de implantação, a TV Digital deverá
ocupar do canal 7 ao 69 do VHF, o que permitiria uma ampliação em larga
escala dos emissores de programação e conseqüentemente, dos produtores
de conteúdo televisivo. Isso significaria que ONGs, sindicatos,
movimentos coletivos e similares poderiam ter seus próprios canais,
tirando a concentração (e o controle) da televisão brasileira das
emissoras públicas e privadas, dando espaço para a difusão da cultura
brasileira e voz a segmentos marginalizados pela TV atual.

No entanto, a multiprogramação só será possível caso não seja escolhido
o modelo de alta definição, que não permite a entrada dos novos canais.
Atualmente, se discute a adoção de um entre três sistemas
internacionais de TV Digital – americano, europeu e japonês - ou de um
sistema desenvolvido no Brasil, o chamado SBTVD (Sistema Brasileiro de
TV Digital).

É em torno da seleção desse sistema que vem ocorrendo a maior parte dos
debates. As grandes emissoras se articulam para não perderem o
monopólio que sempre esteve em suas mãos, e defendem o sistema japonês
(de alta definição), alegando a melhoria na qualidade da imagem que
ela representa. Mas a verdade é que essa imagem só poderia ser
desfrutada por quem tivesse televisores de alta resolução, ou seja, uma
parcela mínima da população. Para as empresas de mídia, a
interatividade só atenderia aos seus interesses se permitir serviços
que gerem lucro (comércio eletrônico, por exemplo).

Já um sistema desenvolvido no Brasil pode representar novos empregos,
mão-de-obra qualificada, desenvolvimento do setor de pesquisas,
dimunuição da dependência externa e o não pagamento de royalties de
patentes. Portanto, uma decisão equivocada poderá comprometer o
desenvolvimento da indústria nacional de televisão.

Antes da definição sobre o padrão a ser adotado, há uma outra ação mais
urgente: a mudança na legislação brasileira de radiodifusão e
telecomunicações. A lei atual separa a radiodifusão de
telecomunicações, medida adotada no governo Fernando Henrique Cardoso
para poder privatizar a telefonia e que é hoje considerada um erro
colossal. É necessária uma nova regulamentação que lide com
necessidades tecnológicas atuais como a convergência de mídias
(fundamental devido ao caráter interativo que a TV Digital
possibilita), impeça a concentração da mídia e possibilite a
democratização da comunicação. Mas a urgência em definir o sistema pode
deixar a legislação para um segundo plano, o que pode provocar novos
erros colossais.

Até o momento, as discussões sobre o processo vinham acontecendo em
circuitos restritos, sem que houvesse um debate público realmente
transparente sobre o assunto. Hélio Costa, à frente do Ministério das
Comunicações, vinha assumindo as decisões, todas de interesses
privados, especialmente das Organizações Globo. Nos últimos dias,
porém, sua autonomia no processo diminuiu, pois o governo criou um
comitê de ministros para tratar do assunto, provavelmente dando atenção
às criticas freqüentes que o comportamento de Costa vinha recebendo por
parte de diversos setores da sociedade.

Outra ação de ampliação do debate ocorreu no último dia 08, quando foi
realizada uma reunião da Comissão Geral da Câmara dos Deputados para
debater a TV Digital. Representantes dos mais diversos setores
interessados e envolvidos na questão estiveram presentes. As
divergências ficaram bem claras, mas em linhas gerais, podem-se dividir
esses setores em dois grandes grupos: os que lutam pela prevalência do
interesse público e os que lutam pela prevalência do interesse privado.

Dia 10 de março é a data escolhida para uma definição do modelo a ser
adotado. Gustavo Gindre, do coletivo Intervozes, define bem o momento
atual do debate: “Precisamos resolver se o Brasil pretende deixar este
novo bem público nas mãos do oligopólio de mídia que há anos controla
as comunicações no país ou se pretende realmente democratizar a
comunicação, estimulando a diversidade cultural e regional e a produção
independente”.

O Intervozes lançou um abaixo-assinado por um sistema brasileiro de TV
Digital de interesse público, que pode ser acessado pelo site
ww.intervozes.org.br

Fabiano Oliveira

MSN: poetafab@hotmail.com

E-mail Principal: oliveirafab@gmail.com

Yahoo: poetafab@yahoo.com.br

ICQ: 264710791

Clique Aquí http://www.livrodevisitas.com.br/ler.cfm?id=107702
e Deixe Uma Mensagem em Meu Livro de Visitas.



Para Pesquisar Assuntos dos Blogs Basta clicar Aqui http://blogsearch.google.com/
e buscar por poetafab ou pelo assunto que deseja.

http://geocities.yahoo.com.br/poetafab

http://br.groups.yahoo.com/group/alternativacdia
Entre no Grupo de Discussão.

www.poetafab.blogspot.com

www.humanopoder.blogspot.com

www.poetafab1.flogbrasil.terra.com.br

www.ufoempirico.blogspot.com

www.1grau.com/poetafab

www.rumineagora.blogspot.com

www.linkadofab.blogspot.com

www.conjectural.blogspot.com

www.psiloucoeu.blogspot.com

www.euamolivros.blogspot.com

Minha Página no ORKUT
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6459542004690427947

www.autodidatismo.blogspot.com


www.religareonde.blogspot.com


www.aguaehvida.blogspot.com




0 Comments:

Post a Comment

<< Home